Reflexões

Tinha prometido a mim mesmo que não escreveria nada, mas não pude cumprir, mesmo porque poderia passar a imagem de certo comodismo e principalmente por respeitar o trabalho que foi realizado.
Sinto-me completamente a vontade para tecer criticas, não devo nada a ninguém, não tenho, como dizem, “rabo preso” com ninguém e ninguém pagou um centavo por minha viagem e estadia muito pelo contrario. Trabalho durante 23 anos numa empresa que só sobrevivem as pessoas que dão resultados, então estou acostumado a planejar e dar resultados e principalmente cobrar resultados, que é o que a maioria dos pais devem estar pensando agora.
Bom, em primeiro lugar essa seleção só se efetivou realmente pela disposição e suor de duas pessoas: Nino e Celso. Foram esses dois que modelaram essa equipe e isso é fato incontestável. Os atletas que estiveram presentes nos treinamentos estavam muito bem preparados tanto tecnicamente como fisicamente (não vamos discutir aqui a capacidade técnica de cada jogador, afinal todos nós temos limitações).
Resumindo, o time chegou bem preparado para o torneio, passearam bastante, fizeram compras, se alimentavam bem, estavam descansados das atividades físicas, etc. Então só dependia de jogar bem para completar o ciclo. Durante os jogos amistosos seria previsível não termos bons resultados, primeiro porque entramos com a equipe tida como “reserva” (que parecia ser uma boa estratégia) e segundo pelo impacto de estar fora do país e também ser estréia.
Achávamos que começando o torneio a equipe mordesse mais, jogasse com mais entusiasmo, respeitasse a camisa que estavam usando, mas não, as vezes havia entusiasmo de alguns jogadores, mas no geral estavam sempre apáticos e de certa forma descontentes com o comando da equipe. Nenhum capitão leva seu navio a lugar algum se não tiver respeito de seus marinheiros e respeito se adquire aos poucos com atitudes, convivência, justiça e dialogo franco. Nenhuma equipe do torneio era mais forte que a nossa, tenho certeza disso, nem a equipe campeã.
Porem determinação, somente alguns mostraram, entusiasmo mesmo, alguns momentos sim, na maioria não, raça? Pouquíssimos.. Mostramos também dificuldades no comando da seleção, se todos não remarem juntos para a mesma direção as forcas se anulam.
No final das contas, os jogadores (a maioria) não fizeram o que deveria ser feito, também não o fizeram a comissão técnica (e me incluo nisso) e muito menos a própria confederação.
Não respeitaram todos os esforços que eles mesmos tiveram, não respeitaram o suor da empreitada e nem a eles mesmos.
Todos falhamos, menos os pais, que mantiveram sempre a esperança, alimentaram esse desejo de sucesso de seus filhos e apoiaram incondicionalmente.
Como vocês mesmo comentaram, espero que a lição tenha sido apreendida e o fracasso não tenha sido em vão.

Abraço a todos